14 abril 2010

FESTA JUNINA - FESTA DE SÃO JOÃO

Meu pai, devoto de todos os santos que você possa pensar que exista, tinha como bom nordestino [cabra-macho] o seu santo protetor o João, que ainda faz parar o nordeste brasileiro no seu dia no mês de junho.
Meu pai ficava meses preparando a festa do João, prantava muita abóbora, batata doce, gengibre, mamão, e quando chegava o mês de junho começava os preparativos para a grande festa. No seu bosque de eucaliptos escolhia o mais reto e mais alto para ser o mastro, e cortava uns outros quantos necessários para a grande fogueira.
Em latas de 18 litros eram armazenados os doces. Próximo ao dia da festa acendia-se o forno "cupim" no terreiro e eram assados muitos tipos de bolos; seu Antonio gostava de impressionar os amigos demonstrando ter muita fé no santo.
Eu devia ter meus 8 a 9 anos, já tinha aprendido a ler, sob a tutela da "vara" e dos "tapas" do meu professor[meu pai] e da minha professora que tenho tendado lembrar o nome dela mas não consigo. Interessante que me lembro da escolinha na rua do Cardoso enfrente do Campo do Corinthians no Alto do Cardoso, mas o nome da professora não me vem à mente. Quem sabe recordando o meu passado consiga recuperar o nome dela.
Mas voltemos à festa.
Tudo pronto, fogueria acessa, levanta-se o mastro, meu pai solta fogos de artificios para atrair mais convidados, o padre reza o terço, benze o mastro, o sanfoneiro alegra o ambiente. O povo alegre, bebe quentão, come doce e prozeia. Como nordestinos não podia faltar a história do Rei do Cangaço, e meu pai gabava-se de ser filho de cangaceiro[talvez você agora possa entender porque ele é Leite e eu sou Moreira, ouve trocas de nomes, ele não era Leite, nem minha mãe Moreira] mas isso não vem ao caso agora.
Eu corria de um lado para o outro, bebia quentão, comia doce, bebia água e me esquentava na fogueira pois a noite estava fria. Quentão, bolo, doce, água, fogo... quentão, doce, bolo, água, fogo.
Fogo, água, doce, bolo, quentão e fogo...
Fiquei enfêrmo!
Foi gravíssima a minha enfermidade que foi necessário aos meu pais chamarem o padre para me dar a extrema unção, ou seja, me preparar para a morte.
Coube essa tarefa ao Padre José Maria. Chegou ao lado da minha cama, conversou um pouco comigo, e fez as suas rezas, me benzeu, e fez o que achava que deveria fazer para evitar que eu fôsse para o inferno, e foi embora.
Quando foi de noite eu pedi para minha mãe que queria comer batata fritas. Ela atendeu o último desejo do menino...
Mas os dias foram passando e fui melhorando, melhorando e chamaram o Padre de novo para ver o menino, e agora, o que fazer com ele?
A resposta do padre foi simples Deus tem plano na vida dele, pelo geito vai ser padre. É um milagre de São Benedito dizia o Padre, meu pai dizia que o milagre era de São João e minha mãe dizia ser de Nossa Senhora.
Todos eles estavam errados pois não sabiam que há um verdadeiro Deus criador dos céus e da terra, Senhor dos Senhores, e que já havia me escolhido para ser Seu desde o ventre da minha mãe. Meu destino estava traçado por Deus e ninguem morre antes que todo o propósito de Deus se concretize em sua vida.
Prezado leitor, se estás passando por alguma dificuldade nesta vida creia que só Jesus pode mudar a sua história e transformar sua derrota em vitória.

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