O Sol de verão aquecia a terra batita da Avenida Campo Alegre fazendo-a se transformar numa poeira fina, que se levantava nos meus passos de moleque travesso, que naquela hora estava indo para a escola.
Naquela época, a escolinha que funcionava perto do campo de futebol do Corinthias no Alto do Cardoso, havia sido transferida para o Campo Alegre e transformada no Grupo "Alzira Franco", que voltou para o Alto do Cardoso como Ginásio Estadual.
Bornal de pano, feito pela minha mãe, lá estava eu indo para a escola.
Já viciado em tomar "groselha com água mineral", entrei no bar do Primo, hoje Padaria dos Irmãos Goffi.
O dono do bar, estava acostumado a me servir, afinal é de moeda em moeda que o lucro aumenta.
Naquele dia, o cenário estava mudado, havia no canto do balcão um homem embriagado, bebendo um gole de pinga pura.
____Me dê um copo de grosselha com água mineral! Pedi.
____Com gáz ou sem? Me perguntou o dono do bar.
____Com gáz! Respondi.
O homem encostado no balcão se endireitou e falou duro com o dono do bar.
____Não serve esse moleque!
E chamando minha atenção concluiu.
____Já pra escola, sua mãe está pensando que você está indo estudar e você está aqui no bar. Fique sabendo que foi assim que me tornei o que sou hoje. Um pobre infeliz, comecei na groselha com água, passei para a groselha com pinga, e hoje estou na pinga sem futuro algum.
E concluiu agressivo...
____Fora moleque, antes que eu te encha as orelhas de tapa!!!
Assustado, sai correndo do bar, e nunca mais tomei groselha com água, pois aprendi que muita coisa que parece inofensiva, podem transformar nossas vidas num inferno.
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